Verdades
O homem se acha a perfeição, acha que o mundo foi feito
apenas para si, acha que todos os seres a sua volta são apenas utensílios,
objetos de consumo, seres inanimados.
O homem perdeu a referência de quem realmente é, o homem já
não consegue se conectar a sua própria verdade. O homem está enrolado na sua
vaidade, preso ao desejo de poder, refém do próprio egoísmo, prisioneiro das
suas correntes imaginárias. O homem só ama a si e a quem o mesmo possui, por
sangue, por amizade, por etnia, por dinheiro, por características bem
próximas, ou seja, por interesses. Esse é o homem.
O cão, esse vive desprendido de tudo e todos, é um ser
individual, não escolhe por interesses, escolhe por amor incondicional. O cão,
apenas ama no sentido visceral. O cão não escolhe o rico ou o pobre, o doente
ou o sadio, o novo ou o velho. Cão, não protege a própria espécie, para esse
não existem formas e sim seres; para esses não existe ódio, sim, defesa; para
esses não existe amanhã, eles vivem para o presente.
Resumo dessas verdades:
O cão mesmo por estar em desvantagem em termos de
consciência e raciocínio lógico, ainda sim, seu mundo e sua existência são mais
reais que dos seres humanos. Humanos são presos a coisas fúteis e efêmeras.
Humanos são sistemáticos e preconceituosos. Humanos não justificam a capacidade
de pensar, refletir e se sensibilizar sobre tudo e todos, a qual a natureza lhe
proporcionou as ferramentas mais poderosas nesse plano. Humanos querem viver
como seres que agem basicamente por instinto. Ironia do destino, agimos
inconscientemente como animais irracionais, mas não possuímos a benevolência
daqueles que subestimamos, os animais, em especial, os cães.
Por Jota Caballero
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